terça-feira, 31 de agosto de 2010

MULHERES - Ato contra violência

Segue uma nota, extraída do site da organização política Liga Estratégia Revolucionária-Quarta Internacional, sobre um ato realizado na Avenida Paulista, contra a violência às mulheres. Considerei interessante divulgar a questão, até porque as mulheres são maioria no quadro de trabalhadores do TJSP. Considero extraordinária esta iniciativa em defesa das mulheres. Penso que todo(a)s devem se engajar e incorporar discussões como as da questão feminina no seu dia-a-dia nos cartórios. No final, inseri um link direto para a publicação original no site da LER-QI, e outro para o blog do grupo de mulheres Pão e Rosas, também vinculado à LER-QI.
(observação: a charge acima não faz parte do artigo e foi inserida por mim para ilustrar este post. É uma ironia com relação a diversas religiões e o mêdo de encarar e as questões femininas).

Nota sobre o ato Contra a Violência às Mulheres
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No início da noite do dia 13 de agosto, cerca de 40 pessoas marcharam na Av. Paulista contra a violência às mulheres. O ato foi uma iniciativa do grupo de mulheres Pão e Rosas por conta das cotidianas mortes de mulheres como a de Elisa Samudio e Mércia, e que permanecem no anonimato no momento em que não se poupam discursos sobre o “avanço” das mulheres, principalmente nas campanhas dos presidenciáveis. Lançamos um amplo chamado a entidades, sindicatos e grupos políticos e ativistas para gritarmos bem alto contra a violência que vivemos. Estiveram presentes trabalhadores e estudantes da Usp, metroviários e professores da rede estadual, além de estudantes também da Unicamp, da Unesp, da Escola de Aplicação – USP, da PUC e da Fundação Santo André. Entidades como a Secretaria de Mulheres do Sintusp, do D.A da Fundação Santo André e o Cach – Unicamp se incorporaram ao ato.

Na manifestação lançamos também a nossa campanha “Eles/as não se importam com as nossas mortes! Nosso direito à vida não se vende, não se troca e não se cala por votos!”. Durante cerca de 2h distribuímos materiais e gritamos palavras de ordem que expressassem os recentes casos de absurdos de violência contra as mulheres:

“Eu sou Eliza, sou Eloá, e violência não vamos tolerar! Eu sou a Mércia, sou a Camille, contra o Estado que tanto nos oprime!”
Denunciamos toda a demagogia que fazem o Partido dos Trabalhadores, Lula, CUT, a direção da Marcha Mundial de Mulheres e Dilma, que tentam nos enganar dizendo que uma mulher, que defende os interesses políticos e econômicos dos capitalistas, que se omite diante da questão do aborto, poderia mudar o curso da vida de milhões de trabalhadoras, como se a opressão e a exploração a que estamos condenadas no capitalismo pudessem ser superadas com uma simples eleição para o Estado dos patrões. Denunciamos também Marina Silva, que cinicamente faz alusão ao seu passado pobre e sua trajetória militante, mas que se alia com setores da burguesia para defender um projeto privatista com uma roupagem ecológica:
 “Eu não me engano com patroa na eleição, porque as mulheres ainda sofrem opressão!”

E as mulheres do Pão e Rosas gritamos ainda:
 “Sou Pão e Rosas, mulheres na luta já! O Estado Capitalista não vai nos emancipar!”

É fundamental colocarmos de pé uma ampla campanha contra a violência às mulheres em todos os locais de trabalho e estudo. Não podemos nos calar diante de tantas mortes, violações e dor! Basta de femicídio! Mesmo com a aprovação da Lei Maria da Penha uma mulher morre a cada 2h vítima de violência! São milhares as Eloás, Elizas, Maria Islaines, Mércias e Camilles no Brasil de Lula! Dilma, Serra e Marina serão igualmente coniventes com toda violência que sofremos! Nosso direito à vida não se troca, não se vende e não se cala por votos! A violência que sofremos não é “doméstica” ou privada, é social e é legitimada pelo Estado! Querem nos impor uma idéia de que a solução para a violência é individual, mas para que algo socialmente construído se transforme é preciso uma ação organizada que vise e atue no sentido de sua transformação. Por uma ampla contra a violência às mulheres! Que todas as centrais sindicais e sindicatos, especialmente a CSP – Conlutas e as agremiações a ela filiadas, as entidades estudantis, sobretudo a Anel, partidos e organizações de esquerda impulsionem essa importante campanha! Convidamos a tod@s os ativistas e militantes que concordem com o conteúdo desta campanha que a construam com o Pão e Rosas!
Eles/as não se importam com as nossas mortes! O governo e o Estado capitalista são coniventes!
Mais nenhuma mulher morta por conta da violência! Basta de feminicídio!

Não nos calaremos! Eliza, Mércia, Maria Islaine, Camille e Eloá vivem em nossa luta!

Link para a publicação original no site da LER-QI: http://www.ler-qi.org/spip.php?article2536

Link para o blog do grupo de mulheres Pão e Rosas, também vinculado à LER-QI: http://nucleopaoerosas.blogspot.com/

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