quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Rumo aos 113 dias. Ainda sem democracia.

Companheiro(a)s de luta,

Ainda estou um pouco atordoado com os acontecimentos de hoje... mas, certamente, uma das coisas que me deixa "tranquilo", é que não houve o racha na praça cuja possibilidade me parecia grande, e era para mim a principal preocupação.

Com relação à proposta do TJ, ou a falta dela, penso que, mais uma vez, o tribunal teve muita habilidade para enrolar e no final de todo aquele desgaste ao qual fomos submetidos, não apresentar índice algum. Também gostaria de considerar, e isso é uma crítica à direção da GREVE (presidentes das entidades e do sindicato), que quando da votação da continuidade da GREVE, aliás, como bem observado e comentado por uma colega naquele momento (e mais tarde por muitos), não foi perguntado se alguém na praça aceitaria somente a devolução do dinheiro descontado e o não desconto dos dias parados, proposta que suponho ainda estivesse vigente.

Trata-se de discutir um dos principais problemas da direção da GREVE, desde o início, a falta de transparência e democracia nas assembléias que viabilizem a possibilidade de contemplar todas as variáveis em jogo, e a oportunidade de cada trabalhador expressar seu voto, sem que a direção interfira ou faça previamente qualquer "triagem" ou juízo de valor, excluindo a possibilidade de voto, ainda que se possa supor que a hipotese seja "rebaixada", como neste caso... Não faço esta colocação para diminuir o valor da nossa resistência e luta, cujo(a)s grevistas não precisam provar a ninguém a esta altura do campeonato; mas diante de tanto desgaste, fico me perguntanto: e se algum(a) colega quisesse recuar só com isto? Não teria este direito? Não poderia ao menos votar nesse sentido, ainda que fosse vencido? Por quê não foi dada esta oportunidade?

Bem, de qualquer forma, agora é tocar o barco (NO QUAL CONTINUAMOS JUNTOS) com as forças que tivermos, até a próxima quarta. Lamento também, que a direção do movimento, como sempre, não apresente uma perspectiva estratégica de luta com um plano definido, cuja responsabilidade numa GREVE é exclusiva de qualquer comando, ou ao menos traga esta discussão para as reuniões do comando ou assembléias. Aliás, nas categorias em que há democracia, os membros dos comandos de greve são normalmente eleitos pelos trabalhadores, e os comandos se reúnem diariamente, fazem análises de conjuntura, estudam o que pode ser feito para aumentar a adesão e em que regiões, providências naturalmente necessárias numa GREVE...

As entidades e o sindicato, parecem estar acreditando na saída jurídica pelo julgamento do DISSÍDIO e outras ações na "justiça". Apesar de tudo, e apesar desta direção, continuo acreditando na luta... tenho certeza que muitos trabalhadores continuarão tentando desenvolver o trabalho de base, conscientes de que este trabalho não é sua responsabilidade, mas é necessário. Quem sabe um dia teremos democracia, transparência, conseqüência e uma organização sindical organizada de forma capaz de fazer frente às nossas necessidades...

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